Mais um "review" que chega no meu blog com bastante atraso. O lado bom, de novo, é que eu tive tempo pra analisar o jogo com cuidado e cena competitiva se desenvolveu bastante desde então. Se fosse pra ter escrito um artigo sobre o jogo no primeiro dia em que eu joguei; eu estaria aqui reclamando sobre como Sentinel e Phoenix estão arranha-céus acima do resto do roster. Mas as coisas mudaram, Sentinel foi até nerfado, e com isso, acho que esse é o momento para falar sobre o jogo. Então, sem mais delongas, vamos ao assunto.
Marvel Vs. Capcom é uma série de jogos de luta "crossover", contando com personagens dos jogos da Capcom como Ryu e Chun-li do Street Fighter, Morrigan e Felicia do Darkstalkers, Dante e Trish do Devil May Cry, entre outros; e com personagens do universo Marvel, como Thor, Capitão América, Wolverine, Magneto e Storm.
O jogo é um "team tag battle", você escolhe três personagens para montar seu time, joga contra os três personagens do oponente, e precisa eliminar cada um deles para vencer a partida; um dos personagens é o "point character", o seu personagem "principal" no momento, com quem você vai lutar, enquanto os outros dois ficam esquentando o banco de reserva, e podem ser chamados para realizar uma "assist" - onde aparecem na tela, usam um golpe e saem de novo -, ou um Team Hyper Combo - onde seus três personagens usam seus golpes especiais ao mesmo tempo -, o point character pode trocar de lugar com um personagem do banco, onde ele ficará livre para recuperar vida enquanto o outro segura a barra.
Marvel Vs. Capcom, e toda a série "Vs.", no geral, tem num estilo de jogo meio "anime", com personagens voando, se movendo extremamente rápido pela tela, fazendo combos gigantes e soltando raios de energia gigantes pelas mãos. E claro, bastante coisas "injustas" acontecendo, e pessoas tomando cafézinho enquanto esperam o oponente terminar um combo.
Marvel Vs. Capcom 3, MvC3 ou Marvel 3, pra encurtar, é a "continuidade" do polêmico e dramático Marvel Vs. Capcom 2 - o MvC2, ou Marvel 2. O marvel 2 era um jogo com 56 personagens, aonde quatro deles precisavam aparecer obrigatoriamente no seu time pra você ser sequer considerado competitivo, e onde os 10 personagens mais fortes do jogo faziam tudo que os outros 46 faziam, só que melhor. Onde um cutucão do Magneto geralmente significava perder dois personagens, e com isso, a partida inteira; um jogo cheio de absurdos e que parece simplesmente quebrado e podre quando você não o entende. Ainda sim, foi o jogo onde pessoas tiveram coragem de apostar 30, 50 mil dólares em melhores de 19 épicas e cheias de momentos inesquecíveis.
Embora muitos discordem, marvel 2 era um excelente jogo, e mesmo que esse post não seja sobre ele, acho interessante fazer uma prévia, porque é inevitável comparar marvel 3 com seu antecessor, e porque muitas pessoas que não gostavam de marvel 2 tem tudo pra gostar do novo jogo. Enquanto o primeiro era focado em mobilidade aérea, táticas defensivas de fuga, controle de espaço vertical (anti-aéreos) e infinitos (ou pseudo-infinitos) que decidiam uma partida; o segundo é um jogo mais horizontal, agressivo e direto. Ah, e é claro, equilíbrado.
MvC2 foi e é muito criticado por sua aparente ausência de equilíbrio e seu grau de repetição, a verdade é que o jogo não é tão desequilibrado assim, 10 personagens jogáveis com tamanha diversidade em um jogo tão insano não é nada mal, a ilusão de desequilibro absurdo vem da existência de outros 46 personagens que nunca são utilizados, e a ilusão de repetição vem da repetição excessiva de times e personagens, simplesmente porque seres humanos comuns são incapazes de perceber a enorme gama de possibilidades que um único personagem de marvel 2 apresenta.
Seja como for, MvC3 tenta não cometer o erro do antecessor, contando com um roster bem mais enxugado, de apenas 37 personagens, que inclui personagens já consagrados da série - como Magneto, Wolverine e Sentinel - e trás um pouco de sangue novo - personagens como Amaterasu, Wesker, Deadpool e Taskmaster. Todos eles - até o momento - bem jogáveis.
O equilibro do jogo se concentra em eliminar os erros do anterior, por exemplo; se em MvC2 os "queijões" eram extremamente poderosos porque podiam voar e fugir dos outros personagens durante a partida toda, agora o voo de todos os personagens é mais curto, durando no máximo dois ou três segundos. Outro exemplo, a maior parte dos combos costuma acontecer no ar, e antes os personagens que conseguiam usar hyper combos ("especiais") no ar tinham combos melhores, agora, é possível levar o oponente para o ar, colocar ele de novo no chão e só então usar um hyper combo, o que dá uma chance aos coitados que só faziam seus especiais no chão.
Os combos "quebrados" do jogo, como infinitos, também foram "retirados", usando um sistema inteligente de combo, onde cada ataque faz com que o oponente se recupere um pouco mais rápido, até o momento em que o oponente vai se recuperar de um ataque antes que o seu próximo ataque possa acertar, não importando o quão rápido ele seja. Em outras palavras, você pode achar infinitos, loops e outras insanidades, e ainda sim, depois de uma ou duas repetições, seu combo termina.
Muitas outras medidas foram tomadas, ajustes em velocidade, dano, alcance, golpes novos, assists diferentes; tudo bem trabalhado de forma a criar um grupo de personagens diferentes entre si porém equilibrados. Isso adiciona um bom grau de variedade ao jogo, temos persoagens que voam, teleportam, personagens com projéteis, sem projéteis, com air dashes, sem air dashes, pequenos, grandes, lentos, ágeis, e todos eles são bons e interessantes o suficiente pra que você sinta vontade de testar um time novo.
O jogo também teve uma mudança radical na sua atmosfera e jogabilidade; MvC3 é muito mais focado num jogo horizontal, pé no chão, com táticas ofensivas geralmente dando melhores resultados que defender ou fugir. Você já não pode mais socar o vento com a Storm e encher barras para descarregar ice storms no oponente enquanto foge dele, simplesmente porque, socar o ar - nesse jogo - não enche sua barra.
Infelizmente, nenhum jogo é perfeito, na tentativa de resolver um problema, marvel 3 criou outro: MvC2 tinha o efeito "slippery slope", isto é, perder um personagem diminuía muito suas chances de vitória, e perder dois personagens era praticamente o mesmo que perder a partida toda, por mais que o jogo não reconhecesse isso, basicamente, o clímax acontecia no meio da partida, levando a um fim de jogo chato e desinteressante, onde o perdedor jogava apenas por jogar, com chances magras de virar o jogo.
Na tentativa de corrigir isso, marvel 3 veio com o X-Factor, trata-se de um modo onde o personagem fica mais forte e rápido por um certo tempo; existem três níveis de X-Factor, e o X-Factor nível 3, que só pode ser usado quando você tem só um personagem vivo em jogo, é MUITO poderoso. Isso faz o jogo fugir do slippery slope e cair direto no "perpetual comeback", uma situação onde perder personagens é quase vantajoso devido às grandes chances de ganhar com o X-Factor. Pra dar uma noção de quão desagradável é o X-Factor nível 3, imagine que em campeonatos os espectadores sempre torcem para o perdedor; e em marvel 3, no momento em que o perdedor ativa X-Factor, a torcida se vira contra ele. Esse é provavelmente o único jogo aonde a torcida é para que o perdedor perca logo...O X-Factor cumpre bem o seu papel de deixar as pessoas nas pontas dos pés até o fim de uma partida, mas tira toda a mágica de uma virada inacreditável. Enquanto isso, no marvel 2, uma reviravolta era um acontecimento histórico, mágico, extremamente empolgante.
Depois de falar tanto dos equilíbrio do jogo, acho que vale comentar outros pontos do jogo; os gráficos seguem um estilo 2.5D (gráfico 3D com jogabilidade 2D), mais ou menos como no SSF4, e tem um estilo de arte com um espírito de comic book, uma novidade está na câmera que se afasta quando os personagens estão longe um do outro, e se aproxima quando eles estão mais próximos. A música é feita por Hideyuki Fukasawa, o mesmo gênio que trabalhou na trilha sonora de SF4, e devo dizer que os temas de MvC3 me encantaram desde muito antes de o jogo sair, com destaque para o tema fodálico do Wolverine e o tema épico do Zero.
Os cenário agora tem muito mais vida e sentido do que os cenários do jogo antigo, onde você lutava em cima de uma canoa de gelo gigante passando por icebergs; muitos desses cenários fazem referências interessantes a jogos da Capcom ou cenários do universo Marvel; um dos cenários, por exemplo, tem um fotógrafo que dá pulos extremamente altos pra conseguir capturar a ação dos seus personagens no ar. Peter Parker?
Os controles são um pouco diferentes dos jogos anteriores, aqui você tem apenas quatro ataques, L, M, H e S, os ataques fraco, médio, forte e especial, respectivamente; a configuração dos botões foi levemente alterada em relação ao jogo anterior, os botões para chamar assist, por exemplo, mudaram de lugar.
Outra novidade é o fato de que MvC3 recebe constantes atualizações online, sejam patches de equilíbrio, correção de bugs, ou simplesmente novidades menores pra manter os jogadores entretidos, como o Event Mode, que cobra uma série de objetivos do jogador - coisas com terminar o arcade mode com uma barra de vida menor que o normal, ou vencer X partidas online - ou o Shadow Mode, onde você enfrenta AIs programadas para imitar jogadores conhecidos como Niitsuma (o produtor do jogo) ou AIs temáticas como o "Team Vampire Gilrs" (Morrigan, Hsien-ko, Felicia, as três personagens de Darkstalkers).
E o mais importante: esse jogo tem o melhor training mode do universo, nada de ser obrigado a pausar e ir em restart -> yes, basta apertar start+select e o "round" recomeça; quer treinar combos num canto da tela? Segurando start+select+direcional o round recomeça em um dos cantos; ao apertar pause, temos um menú completíssimo, que permite trocar as assists dos seus personagens, escolher com quantas barras de especial você e o oponente vão começar, qual o nível do X-Factor quando ativado, se os personagens vão recuperar vida e ter barra infinita, se o dummy vai defender tudo, se vai defender só mids e overheads, se vai defender só lows...Caramba, o treino tem até um simulador de lag!
Pra melhorar, o jogo tem um "mission mode", semelhante aos trials do Super Street Fighter 4, onde o jogo te ensina a fazer 10 combos, simples e fáceis, mas bons o suficiente pra você entender as mecânicas do jogo e começar a testar seus próprios combos no training mode.
Conclusão do Wilken: Se você gosta de um jogo que te deixa enfiar a boca no ânus da vítima e espancar seu intestino com um taco de baseball, e, mais ainda, que te deixa fazer isso com estilo; então Marvel Vs. Capcom 3 é obrigatório. Surras épicas, combos gigantes usando um botão só, efeitos que fariam um epiléptico cagar um zumbi, e muita, muita apelação injusta. Tudo que não pode faltar em jogo que faz pessoas apostarem seus rabos e brigarem de verdade.
Depois de falar tanto dos equilíbrio do jogo, acho que vale comentar outros pontos do jogo; os gráficos seguem um estilo 2.5D (gráfico 3D com jogabilidade 2D), mais ou menos como no SSF4, e tem um estilo de arte com um espírito de comic book, uma novidade está na câmera que se afasta quando os personagens estão longe um do outro, e se aproxima quando eles estão mais próximos. A música é feita por Hideyuki Fukasawa, o mesmo gênio que trabalhou na trilha sonora de SF4, e devo dizer que os temas de MvC3 me encantaram desde muito antes de o jogo sair, com destaque para o tema fodálico do Wolverine e o tema épico do Zero.
Os cenário agora tem muito mais vida e sentido do que os cenários do jogo antigo, onde você lutava em cima de uma canoa de gelo gigante passando por icebergs; muitos desses cenários fazem referências interessantes a jogos da Capcom ou cenários do universo Marvel; um dos cenários, por exemplo, tem um fotógrafo que dá pulos extremamente altos pra conseguir capturar a ação dos seus personagens no ar. Peter Parker?
Os controles são um pouco diferentes dos jogos anteriores, aqui você tem apenas quatro ataques, L, M, H e S, os ataques fraco, médio, forte e especial, respectivamente; a configuração dos botões foi levemente alterada em relação ao jogo anterior, os botões para chamar assist, por exemplo, mudaram de lugar.
Outra novidade é o fato de que MvC3 recebe constantes atualizações online, sejam patches de equilíbrio, correção de bugs, ou simplesmente novidades menores pra manter os jogadores entretidos, como o Event Mode, que cobra uma série de objetivos do jogador - coisas com terminar o arcade mode com uma barra de vida menor que o normal, ou vencer X partidas online - ou o Shadow Mode, onde você enfrenta AIs programadas para imitar jogadores conhecidos como Niitsuma (o produtor do jogo) ou AIs temáticas como o "Team Vampire Gilrs" (Morrigan, Hsien-ko, Felicia, as três personagens de Darkstalkers).
E o mais importante: esse jogo tem o melhor training mode do universo, nada de ser obrigado a pausar e ir em restart -> yes, basta apertar start+select e o "round" recomeça; quer treinar combos num canto da tela? Segurando start+select+direcional o round recomeça em um dos cantos; ao apertar pause, temos um menú completíssimo, que permite trocar as assists dos seus personagens, escolher com quantas barras de especial você e o oponente vão começar, qual o nível do X-Factor quando ativado, se os personagens vão recuperar vida e ter barra infinita, se o dummy vai defender tudo, se vai defender só mids e overheads, se vai defender só lows...Caramba, o treino tem até um simulador de lag!
Pra melhorar, o jogo tem um "mission mode", semelhante aos trials do Super Street Fighter 4, onde o jogo te ensina a fazer 10 combos, simples e fáceis, mas bons o suficiente pra você entender as mecânicas do jogo e começar a testar seus próprios combos no training mode.
Conclusão do Wilken: Se você gosta de um jogo que te deixa enfiar a boca no ânus da vítima e espancar seu intestino com um taco de baseball, e, mais ainda, que te deixa fazer isso com estilo; então Marvel Vs. Capcom 3 é obrigatório. Surras épicas, combos gigantes usando um botão só, efeitos que fariam um epiléptico cagar um zumbi, e muita, muita apelação injusta. Tudo que não pode faltar em jogo que faz pessoas apostarem seus rabos e brigarem de verdade.
Posso afirmar com tranquilidade que, se a Capcom não lançar outro "versus" por dez anos, marvel 3 vai sobreviver e o drama e as insanidades que sempre acompanham um jogo desses vão continuar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário